Quem nunca se viu diante de uma criança “difícil”, questionadora, com dificuldades para aceitar limites e lidar com frustrações? Parece comum e até mesmo esperado que em algum momento da infância (ou até o início da adolescência) toda criança se comporte dessa maneira.
No entanto, quando o comportamento hostil se torna frequente e existem muitas diferenças em relação à crianças da mesma idade, podemos estar frente a uma quadro de Transtorno Desafiador Opositor (TDO).
Esse transtorno se caracteriza por um conjunto de comportamentos negativistas, agressivos, desafiadores, questionadores e hostis em relação aos pais e figuras de autoridades. A criança não obedece, não assume seus erros, mente, perde o controle emocional e a paciência com facilidade, é mais irritada, vingativa e implicante com as pessoas. Ela também tem dificuldades para construir e manter relacionamentos interpessoais e geralmente apresenta baixo desempenho escolar.
Alguns estudos mostram que o TDO é uma combinação de fatores biopsicosociais, embora não exista uma causa específica para este quadro. Alguns desses fatores seriam a diminuição de algumas substâncias químicas no cérebro (como a serotonina), atraso no desenvolvimento, falta de fiscalização, abuso ou negligência por parte das figuras de autoridade.
Os sintomas do TDO iniciam-se normalmente antes dos oito anos de
idade e aparecem em diferentes contextos e situações. No entanto, geralmente são percebidos primeiramente pelos pais e pela escola, uma vez que a criança se mostra pouco cooperativa e se envolve frequentemente em brigas e discussões.
Esse transtorno, quando não tratado, pode apresentar-se como antecessor de um transtorno de conduta mais grave, já na adolescência e na vida adulta.
Não existe nenhum medicamento específico para o TDO. Podem ser usadas medicações para amenizar seus sintomas, porém a Psicoterapia Infantil e a orientação de pais e professores aparecem como principais aliadas no tratamento.
Flávia Ianzini Carnielli – CRP 06/95142
Excelente texto querida amiga…
Não conhecia esse comportamento como um Transtorno propriamente dito. Muito interessante, e bastante frequente…
Que difícil para a criança e para aqueles que a cercam…
Um beijo grande
Pamela
muito bom o texto
antonio
Obrigada pela participação Antonio.
Abraços…
Que interessante saber que existe esse transtorno, algo que muitas vezes nos passa como falta de educação. Os pais devem ficar atentos, não é? Dar limites enquanto ainda é tempo.
Abraços.
É isso mesmo Meire…
Participe sempre que puder….
Um beijo,
Flávia.
Dra Flavia, gostaria de saber se uma criança com esse transtorno age da mesma maneira com qualquer adulto. A falta de limites independe de quem seja ou acontece especificamente com os pais e os professores?
Obrigada,
Aparecida.
Olá Aparecida!
O comportamento é o mesmo com qualquer figura de autoridade, criança desafia os limites e as regras.
Obrigada por seu comentário…
Flávia.
Esse texto é bastante interessante. Acho que os educadores deveriam se informar mais sobre esse assunto para entender mehor o comportamento de determinadas crianças e não rotulá-las, como muitas vezes acontece.
Maria Cecília.
Oi Cecília…
Concordo plenamente!!!
Obrigada por sua participação…
Beijos.
Conheço uma pessoa que já está com 28 anos e se encaixa
muito bem no perfil do transtorno desafiador opositor.È
possível esse transtorno permanecer na vida adulta?
obrigada,
Mary
FLAVIA ADOREI ESSE TEXTO, É MUITO DIFICIL COLOCAR LIMITES EM CRIANCAS, A BATALHA É GRANDE E ARDUA
A incapacidade dos pais de aplicarem os devidos “nãos e chega” está sendo justificada com a criação de novos rótulos em síndromes. Não lembro de nenhum aluno de meu tempo de escola com alguma síndrome comportamental. Lembro do respeito que se devia aos pais e professores e do papel e função dos pais. E olha que meus colegas de escola já tem seus netinhos bem crescidos. Aprendi com meus pais a obediencia e a hora de escutar e cumprir o emcumbido. É isso que está faltando, “educação”.
Esqueci de completar, sou educadora, e lido com a falta de respeito vinda de casa em salas de 30 alunos, onde estão inseridos diversos rotulados e medicados para um possível comportamento em sala. Absurdo isso. Apoio a profissional que nos presenteou com sua palestra para pais recentemente, onde a mesma frizou que faltaram muitos “nãos” serem ditos firmemente. Agora a sociedade justifica sua incapacidade medicando esses anjos.
(na CID.10 é F91.3) – 313.81 – TRANSTORNOS DESAFIADOR OPOSITIVO
Critérios Diagnósticos para F91.3 – 313.81 Transtorno Desafiador Opositivo
D. Não são satisfeitos os critérios para Transtorno da Conduta e, se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Flávia, meu filho tem um atraso na linguagem e me indentifiquei muito com os comportamentos do TDO ,estou passando por momentos dificeis pois todos acham que ele é mimado e isso faz com que ele não consigar fazer amizades.
Meu marido tem 31 anos e me preocupo muito com ele, pis acho que ele tem esse transtorno pelos seguintes motivos:
- nao aceita ser advertido e corrigido, principalmente por mulheres, creio ter sido por causa do relacionamento conturbado que teve com a própria mãe.
- Quando estamos conversando sobre algo e ele discorda ou não é do jeito dele, ele se irrita facilmente, e se tento continuar o dialogo, ele não quer e ao ponto de começar a xingar e perde o controle e o que estiver ao redor dele, ele pega e joga atirando em mim. e já chegou ao ponto de parti pra cima pra agredir fisicamente.
Falo pra ele procurar ajuda psicológica, pois tenho medo qdo tivermos filhos, pois ele nao é paciente e tolerante e se irrita facilmente, pois até o olhar dele fica estranho e transmite ira .. as vezes preciso conversar ou ter dialogo sobre algumas coisas, mas tenho receios de manter um dialogo.
Pode me ajudar e dizer o que posso fazer pra ajudá-lo, porque tenho certeza que tem transtornos ….
Grata
Foi a primeira vez que li algo sobre o TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITOR, desde quando fiquei sabendo que meu filho de 12 anos tem esse problemas, é exatamente tudo que vejo nele, comecei o tratamento ano passado com ele, gostaria de saber se com a pisicoterapia, remédios como tempo elevai se ajustar, pois estou tendo muitos problemas na escola, até mesmo esse final de ano o colégio não aceitou a rematricula, estou muito apreensivacomo novo ano letivo, outra escola, gostaria de saber também se seria bom uma escola especializada e onde encontro. Parabéns pelo texto, se possível. me ajude.
Abraço. Cleia Cardoso Bastos